Ideofrenias nonsense

Wednesday, April 29, 2009

Top 5 neuroses de Luiza Lessa

5 - Pastas de música no computador minusciosamente organizadas

4 – Abominar dar papo pra estranhos em filas de banco

3 – Nunca sentar ao lado de pseudo-conhecidos no banco do ônibus

2 – CDs sempre de cabeça pra cima na caixinha

1 - Comer os biscoitos quebrados antes dos inteiros

(meu lado cronópio as vezes ganha do lado fama)

Friday, September 12, 2008

Sobre o medo

Isso aqui anda meio parado, e hoje resolvi postar uma coisa que falei hoje na análise que significa um bucado pra mim e tem milhões de interpretações. Talvez seja um pouco pessoal demais, mas acho que não tem iportância, os poucos leitores aqui tem o mínimo de cérebro para não falarem merda.
Enfim, opinem!
A que custo evitar a dor por medo de se ferir?

Sunday, August 03, 2008

Sobre banheiros

Outro dia estava pensando em clichês literários, e como eles costumam me irritar bastante, por exemplo, todo escritor escreve pelo menos um texto sobre não saber o que escrever, ou sobre a própria falta de assunto. Outro clichê freqüente é a conversa de elevador, a conversa de taxista. A prostituta decadente, o bêbado inveterado, o português da padaria e adjacentes.
Nesse pensamento de coisas cotidianas e tentando fugir dos clichês que tanto me assolam resolvi então fazer uma crônica sobre banheiros, mas não sobre aqueles banheiros públicos verdes, nem os de bar com os cartões mica, mas os banheiros de festa. Pois é, aqueles banheiros que no meio da festa você vai pra retocar a maquiagem.
Aqueles banheiros que você vai fofocar com as amigas sobre a festa e quem pegou quem, o banheiro que você xereta as gavetas e acaba vendo coisa demais, ou de menos. Banheiro com azulejo de florzinha, listrado ou branco. Com tapete fofinho pra secar os pés, toalha sempre molhada (porque isso?) e papel higiênico no armário.
Lembrei de várias situações, ora constrangedoras ora cômicas que já passei nesses locais. Uma vez abri o supercílio numa festa e tive que entrar na fila para parar o sangramento, uma vez fiquei presa num banheiro no meio duma festa. Uma (ou duas) vezes já fui pro banheiro fazer algo que não me orgulho muito. Sozinha ou acompanhada, já cuidei de muitos no banheiro da festa. Essas festas também.... Limpar o chão do banheiro é a pior dessas coisas, principalmente se não foi você que o sujou.
Já derrubei todos os perfumes, escovas de dente e xampus da prateleira acima da pia, já molhei o banheiro todo, já usei toalha dos outros. Enfim, essas coisas você faz na festa e depois vai embora pra casa, acorda de manhã e fica com AQUELA ressaca moral ou então nem sem lembra (até prefiro).
Mas tem gente que mora nas casas que tem esses banheiros, tem gente que limpa a sujeira que você fez, arruma os xampus e troca o sabonete, joga o pacote de camisinha que você deixou no chão no lixo, troca a toalha que você molhou e usa aquele banheiro todos os dias. E é por isso que eu não dou festa na minha casa.

Monday, June 23, 2008

Sobre divagações

Sentei no balcão e pedi um chope. O Barman me olhou como se eu fosse um E.T no meio da multidão. Ali estava eu, a única mulher do bar, aparentemente sozinha e pronta para encher a cara.
Enquanto acendia um cigarro e tomava um gole passei os olhos pelas figuras que me cercavam e tive vontade de mandar todos aqueles velhos tarados babões que me olhavam tomarem no cu.
Mas ao invés disso continuei sentada observando as verrugas do barman que andava de um lado pro outro com aquele paninho cagado apoiado no ombro esquerdo. Limpava o balcão, secava os copos e assoava o nariz naquela merda. Fiquei imaginando se alguma vez aquele paninho já tinha sido lavado ou se era usado pra limpar o banheiro vomitado.
Alguns copos depois e divagações sobre o paninho passadas chega um velho com cheiro de mijo e senta do meu lado, finjo que não vejo e olho pra televisão que passa um jogo que já não sei mais identificar o esporte ou distinguir os times. O velho pede um copo de pinga barata e começa a puxar papo com o cara das verrugas.
Percebi que era só uma questão de tempo até ele começar a me encher e resolvi sentar numa das mesas no fundo. Sentei e fiquei lá, olhando aquele bar imundo, imaginando as baratas que passavam por ali e riam de nós enquanto nos distraímos ouvindo piadinhas pretensiosas que contávamos enquanto esbanjávamos nossa popularidade..
Lá pelo sétimos chope e segundo maço de cigarros, me sentindo abandonada e cercada de homens decadentes entra um moreno, alto, bem vestido pela porta do bar que me olha de relance. Assim como eu parecia ter entrado no primeiro bar que vira pra esquecer a semana estressante no trabalho.
Entrou e sentou do lado do velho mijão que já apalpava uma gorda que chegara cambaleando. Pediu um uísque, caubói. Olhou pra mim e brindou. Contribui levantando meu copo, que por sinal já estava vazio outra vez. Ele levantou e se sentou na minha mesa. Olhei pra seus olhos verdes e sorri. Pediu mais um chope pra mim e disse que gostava dos meus óculos.
Me pediu um cigarro e afroxou a gravata. Pegou uma caneta no bolso, um guardanapo e começou a rabiscar. Virou o papel pra mim e li “vamos tomar um vinho lá em casa?”. Olhei praquele homem que me aparecera tão repentinamente e pensei “que se foda”. “Vamos”.
Chegando à casa dele, tomamos o vinho e trepamos loucamente a noite inteira. De manhã, acordei, me vesti e escrevi um bilhete. “Tchau”

Tuesday, June 03, 2008

Sobre obsessões infantis

Toda criança tem um brinquedo em potencial para se tornar objeto imprescindível no dia-dia ou mesmo qualquer coisa que mereça juntar seus trocados, economizar durante dias, semanas, ou até meses, para ser comprada.
Essas coisas que perturbam mentes de criancinhas inocentes podem ser chamadas de objetos de desejo ou sonhos de consumo.
Conforme a criança cresce esses objetos aumentam normalmente de preço e importância. Outro dia vi, por exemplo, no meu diário da quarta série aproximadamente, um episódio que economizei por uma semana no meu lanche da escola, que consistia em um biscoito fofy(lembram?) e um guaraplus, para comprar óculos do flamengo.
Esses óculos eram daquele tipo com bolinhas que ocultam a parte de dentro (tipo aqueles adesivos de propaganda atrás do táxi) com uma bandeira de cada lado. Enfim, deu pra ter uma idéia da desgraça. Como um troço tão tosco desses pode fazer uma criança economizar no lanche da escola?
E para estar gravado no meu diário deve ter sido uma coisa que me afetou na época, eu não podia ir sozinha na banca de jornal (??) pra comprá-los.
Sei que dois dias depois perdi os óculos e me encantei com qualquer outra merda que merecesse minhas moedas de cinco centavos.
Há pouco tempo comprei um par de patins, fico pensando se essa não foi mais uma obsessão que persistiu nos resquícios da minha infância.
É chato admitir, mas acredito que sim, mas espero que essa obsessão dure mais um pouco, pois afinal, foi minha última infantil e me custou uma grana!
Que a próxima seja meu carrinho! x)

Monday, April 14, 2008

É meninos, sei que esse não vai ser um post que vcs vão se identificar muito, mas tudo bem até pq sei que os leitores por aqui não são muitos.


Sobre depilação


Sábado, meio dia.
Acordo com o mau humor usual e a ressaca nossa de cada dia e me recordo de minhas pernas cabeludas.
Estico o braço, bebo os últimos goles mortais de minha garrafa d’água sempre à postos na minha cabeceira e me arrasto da cama. No banheiro, após o xixi matinal e higiene bucal preventiva, fito o espelho e olho no fundo dos meus olhos e prometo a mim mesma “Hoje eu vou à depilação”.
Determinada, porém cansada e pouco disposta começo a me vestir para o calor de um sábado à tarde. Shortinho, sandália e blusa sem maga. Sem antes me lembrar do repelente, que hoje em dia no rio de janeiro é mais importante que a camisinha. (não que ela não seja importante, bom, deu pra entender)
Infesto minhas pernas ligeiramente repulsivas com o líquido fétido que sai como um espirro do frasquinho laranja e me vejo pronta para sair após um café rápido.
Na rua lanço meus óculos escuros e torço para não encontrar nenhum conhecido e ter que inventar uma desculpa esfarrapada de algum compromisso inadiável que já estou atrasada. (tenho muitos compromissos nos sábado pela manhã)
Atravesso o largo do machado com destreza, desvio de alguns pedintes e panfletantes e quando chego ao meu destino me lembro que esqueci meu ipod, o acessório moderno imprescindível quando é preciso permanecer numa fila.
A atendente, como sempre, muito simpática, me enche de perguntas novinhas em folha e meu humor matinal luta com meus pêlos gritantes para não dar uma resposta desaforada.
Após completados os procedimentos, me sento ao lado de várias outras mulheres que também farão uso dos mesmos serviços e me esforço para não pensar no que ocorre debaixo de tantas roupas, que por sinal, costumam ser bem compridas.
Esmagada entre duas “cheinhas” numa poltrona que facilmente caberiam quatro pessoas lanço meu livro pré-adolescente e começo a lê-lo quando me deparo com a real razão de sempre andar com meu tão querido ipod: uma televisão sintonizada num canal que não satisfeito em não ter programação só fala de outras emissoras e faz fofocas de “celebridades inn”.
Além da programação excelente percebo uma interferência no canal, que por sinal já estava altíssimo. Depois de respirar bem fundo e pegar um cafezinho delicioso de cortesia escorreguei mais uma vez entre nádegas suadas e ouvi uma música ao fundo após avançar mais algumas páginas do livro. Voz grave, melodia pobre. “Que porra é essa?” “não sei pa-aaraaaar de te olhaaaar” ‘PUTAQUEPARIU, ANA CAROLINA NÃO!”
Me levanto com dificuldade do pequeno vão destinado à mim e decido voltar para casa imediatamente. Olho para os lados e percebo que a fila aumentara significantemente após minha chegada e concluo que talvez valha a pena esperar mais um pouquinho.
Muitas folhas, alguns capítulos e várias dezenas de minutos passados, finalmente chamam meu nome. Passo pelo corredor como se estivesse me dirigindo à morte, a atendente que tanto xinguei nos meus pensamentos me lança um sorrisinho sarcástico que me sobe a cabeça e no momento que meus olhos brilham de raiva a encarando percebo porque alguém se rebaixa a trabalhar num lugar desses ganhando um salário de merda e se passando o dia inteiro de retardada mental.
A variedade de rostos com expressão de pavor que essas mulheres sádicas têm na cabeça é absurdo, e com certeza faz valer a pena.

Wednesday, February 20, 2008

Sobre o ano que passou

Volto ao meu querido blog depois de um ano de afastamento por conta do tão mal falado e temido vestibular, que na verdade para mim foi um ano de muito estresse e pouco estudo.
Tive as clássicas dúvidas existências que tanto perseguem os vestibulandos, mas na verdade acabei escolhendo mais a minha “área” de preferência, onde depois posso viajar em cima.
Quem não me viu na megazine não tem nem moral pra ler isso aqui, pq só os amigos de verdade são capazes de ler aquilo e ainda fazerem o favor de me zoar, hehehe.
Bom, em parte o que foi escrito era verdade, mas na verdade qualquer jornalista babaca faz o que essa mulher fez, constrói frases a partir do texto em si.
Mas o que importa dessa história toda é que eu estou muito feliz quanto à minha escolha, e acho que vou adorar esse ambiente novo da faculdade que há tanto tempo venho sonhando.
Não que a escola seja esse lugar tão assustador e horripilante como as pessoas costumam dizer, mas os últimos dois anos principalmente foram um inferno.
Celebremos, enfim!
Aqui vai um texto que escrevi ano passado que acho que merece um lugarzinho aqui.
Com algumas alterações, e melhorias, espero eu.

Ressaca de vestibular

Sábado. Duas da tarde acordo e olho em volta. Ai, que dor de cabeça, merda!
Onde é que eu tô, porra?
Ah sim, tô me lembrando, ontem teve aquele festa maluca, puta merda! Será que a Cláudia* chegou em casa? Quem é isso dormindo do meu lado? Ah! Sim, oi, Laís, bom dia!
Ah sim, ressaca. Pois é, eu também. Acho que aquele engov que a gente tomou não foi suficiente, né? Ah! Num era engov? Era novalgina? PUTAQUEPARIU, que merda! Por isso não lembro de metade da noite. Ah, você também? Pois é...
Um cafezinho pra acordar, né? Ta, mais uma xícara, por favor. Sobrou algum cigarro? Eu só tenho esse, vamos dividir? Ok. Puts, minha garganta tá muito fodida!
Então, mcara, a Cláuddia ficou com o HBruno ontem” Num falei, cara! A gente tinha que ter apostado! Hahahaha. Inacreditável, são os mais novos candidatos a casal boçal do ano!!
Então, acho que está na hora da gente começar a estudar, né? Química? Acho que não estopu em condições... Pode ser história? Sim, sim, história sim, é minha específica! Sua também, né? Que ótimo!
Caralho, que dor de cabeça!
Tá bom, vamo lá. Lembra dessa matéria nova? Também não? Sequelada! Tá bom, vamos começar do começo então. (Dããã) Crise do Feudalismo, século XIV e tal. Invasões bárbaras, Mercantilismo, Formaçãos dos Estados Nacionais, Absolutismo, Reformas Protestantes, dor de cabeça...
Porra, não tem nenhum remédio aqui não? Não mesmo? Ta, enfim, continuando...
Como é que foi aquela parada do Lutero? Ah, sim! Isso! Livre interpretação da bíblia e missa na língua local.
E o Calvino, sei lá! Que saco essa matéria!
Cansei, vamos estudar outra coisa? Ta bom, pode ser biologia.
Vamos lá, botânica! Uhul! Adooooro...
Seiva brutal sobe e tal, como é o nome mesmo? Ah sim! Xilema ou Lenho! Tá, e a seiva elaborada desce. Erm.... Floema ou... como é mesmo?
Ah! Líber!
Então, tem aquele esclerênquima, né? Esclerênquima de esclerose e tal, coisa de velho! Então, é isso! Cara, quando a gente ficar velha vai ser muito perrengue, né?
Vamos morar juntas? Imagina, duas velhinhas saindo pra dançar e encher os córneos!? Hahahaha! Ah, cara, acho que tem que ser que nem aquela música do The Who “I hope I die before I get old” . Tô brincando! Que merda de dor de cabeça!
Ah sim, mas voltando às plantas, fotossíntese supera a respiração de dia e à tardinha é igual, né? Ah! E de noite não tem fotossíntese, só respiração. Tanto que tem aquela parada da galera que não gosta de dormir em quarto com planta, que babaquice, né? Você também? Porra Laís, deixa de ser ignorante!
Enfim, e agora? Evolução? Ah isso aí já deu, Darwin e Lamarck e blá blá blá....
Como é que tá na escola, hein? Já estou ficando de saco chieoi sendo que estamos em Maio... Você também? É... Todo mundo apostando na gente, fazendo a maior pressão louca... E essa parada das cotar? Que loucura, né?
Tá bom, chega de enrolação, cara. Vamos estudar agora! Ahm?
Geografia? Mas Geografia é muito fácil! Tá bom, tá bom, vamos lá.
Neoliberalismo é quando o estado não intervém na economia, isso. Cara esse seu quandro aqui tá muito errado! O Fordismo é aquele modelo que faz estoques enormes e tem operários muito especializados, é, não lembra do “Tempos Modernos”?
Inclusive, eu ainda não vi “Luzes da Ribalta”, o Chaplin era um gênio, cara. E como que tá o curso de cinema? Tá gostando? Já viram muitos filmes do Fellini? É? E do Almodóvar? O meu preferido dele é “Tudo sobre minha mãe”, irado! Cara, tá o maior sol, vamos à praia? E depois a gente podia ir ver o Homem-aranha 3! Ahhh!! O Tobey Maguire é muito gostoso!
Alou, mãe? Olha só, já acabei de estudar aqui com a Laís e a gente ta indo à praia, ta?
Tenho certeza, sim mãe! Ai que saco! Eu preciso dar um tepo, é um saco estudar sábado de manhã! Já não basta ir pra escola todos os dias? Aham, tá bom mãe.
Beijo, tchau.
Vamo, Laís, partiu praia.